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A bioplastia é um procedimento estético que promete modelar regiões do corpo, além de suavizar rugas e outros sinais de envelhecimento no rosto. Entretanto, assim como em qualquer técnica, é preciso tomar muito cuidado. A cirurgiã plástica, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dra. Eliza Minami, explica como funciona, alerta sobre os riscos e esclarece dúvidas sobre o assunto.
O que é a bioplastia?
Segundo a cirurgiã plástica, a bioplastia é uma técnica de modelagem corporal e revitalização facial, realizada a partir de implantes biológicos ou sintéticos. “Com o uso de produtos injetáveis, podemos corrigir depressões, assimetrias, rejuvenescer a face e o corpo”. A médica informa que os materiais escolhidos dependem do profissional e da área tratada.
O procedimento pode ser realizado “com enxerto de gordura autóloga (do próprio paciente por meio da lipoaspiração), preenchedor absorvível e não absorvível”. Entre eles, ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio e policaprolactona (produtos absorvíveis).
Vale ressaltar que “o termo bioplastia está mais relacionado ao uso do polimetilmetacrilato (PMMA)”. Esse produto é um acrílico, polímero sintético termoplástico transparente não absorvível. Isso significa que ele “permanece na área tratada. É muito utilizado na estética para preenchimento facial e corporal”.
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Para que serve a bioplastia?
A Dra. Eliza explica que “o preenchimento com a bioplastia visa tratar áreas com necessidade de correção volumétrica”. Por exemplo, atenuar os sinais de envelhecimento ou aumentar o volume de determinadas áreas por motivo estético. Abaixo, confira as partes do corpo em que o procedimento, geralmente, é realizado:
- Rosto: “é possível realizar a reposição volumétrica, a sustentação da face, bem como preenchimento labial e de vincos”. A técnica também pode ser aplicada nas “maçãs do rosto, na região das olheiras, no contorno mandibular e na projeção do mento”.
- Região glútea: assim como a gluteoplastia , a bioplastia contorna e aumenta os glúteos. A técnica “está sendo muito procurada para aumentar o volume e projeção da região glútea, além de melhorar a celulite e a flacidez”.
- Região íntima: normalmente, é realizada para reduzir a flacidez, assimetrias e atenuar cicatrizes pós-parto. O procedimento pode ser feito com “preenchedores, visando a reposição volumétrica”.
- Mamas: assim como na região íntima, o procedimento nas mamas pode ser realizado com preenchedores, seja com enxertos de gordura ou outras substâncias, como o PMMA.
- Outras áreas de tratamento: a bioplastia é frequentemente realizada em outras áreas do corpo, como colo, braços, coxas, joelhos e abdome. A médica informa que o enfoque nessas regiões é tratar a flacidez. O procedimento também pode ser aplicado para aumentar o volume das pernas.
A profissional faz questão de ressaltar que o uso de PMMA não é proibido, no entanto, ela não o utiliza e não recomenda. Isso porque “o produto é definitivo, então, há maior dificuldade de manejo, resultado indesejado e complicações”.
Como funciona a bioplastia?
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O produto é injetado na região do corpo por meio de uma seringa com agulha ou microcânula. A doutora alerta que “não é recomendado aplicar os produtos injetáveis durante a gestação e lactação, em pacientes com imunossupressão e em vigência de infecção grave”. A bioplastia também não é indicada nos casos de infecção na pele e herpes.
Quanto à recuperação, a região fica inchada, com hematoma e dolorida, porém os sintomas regridem em alguns dias. A médica recomenda “tomar analgésico se sentir dor e, em caso de inchaço, fazer compressas com água fria”. Se apresentar “manchas arroxeadas, deve-se aplicar pomadas à base de vitamina K ou arnica”.
Outra orientação importante é evitar exposição ao sol, ingerir bebidas alcoólicas e fazer exercícios físicos durante o período de recuperação. A cirurgiã recomenda fortemente comunicar o médico “se houver dor intensa, pele esbranquiçada ou com livedo arroxeado e nódulos”.
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Riscos e complicações
Segundo a profissional, qualquer procedimento é passível de complicação, seja com produto absorvível ou não absorvível. As complicações podem ser imediatas ou tardias. Quando o PMMA é utilizado, por exemplo, “não têm resolução espontânea e há mais dificuldade de tratamento”.
Há relatos de casos graves após preenchimentos com PMMA, em grande quantidade, em áreas corporais, como glúteos, coxas e braços. Entre outras intercorrências, estão: “quadros de hipercalcemia e insuficiência renal que podem levar a óbito”. Ainda, embora rara, a substância pode aumentar os níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia). A médica alerta que, muitas vezes, essa desregulação é grave, colocando a vida da paciente em risco.
Logo após o procedimento, pode haver “edema (inchaço persistente), nódulos, infecção local, visibilidade do implante e assimetria”. Também existem casos de “complicação vascular (alteração da vascularização do tecido que pode desencadear a necrose) e cegueira (por embolização da artéria central da retina)”.
Entre as complicações tardias, pode acontecer deformidade na região, nódulos endurecidos e palpáveis, bem como quadro de inflamação granulomatosa crônica com endurecimento da área e infecção. “É importante que o médico oriente a paciente sobre os riscos de complicação, pois, caso ocorra, poderão ser prontamente resolvidos”, dependendo da situação.
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Dúvidas frequentes esclarecidas pela profissional
Antes de fazer qualquer procedimento estético, é fundamental tirar todas as dúvidas para decidir com segurança e tranquilidade. Abaixo, a Dra. Eliza Minami esclarece dúvidas frequentes sobre a bioplastia.
Dicas de Mulher – Quanto tempo dura o efeito do procedimento?
Eliza Minami – Depende do tipo de produto utilizado. Os produtos absorvíveis duram de 1 a 2 anos, enquanto os não absorvíveis permanecem no organismo. Geralmente, o produto possui uma determinada concentração do princípio ativo com um veículo. Então, o resultado, na maioria das vezes, passa por alterações, pois o veículo ainda será absorvido.
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PMMA e Hidrogel são a mesma coisa?
O PMMA é um acrílico polímero sintético, já o Hidrogel é um gel de poliamida. Ambos não são absorvíveis e permanecem no organismo após a aplicação. Atualmente, o produto comercial com hidrogel não está no mercado brasileiro (Aqualift®).
Quais profissionais podem fazer a bioplastia?
Recomendamos escolher um médico habilitado, membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) ou membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Quais procedimentos podem substituir a bioplastia?
Se levarmos em consideração o tratamento da bioplastia com o uso de preenchedores (e não somente o uso do PMMA), podemos utilizar o preenchimento com a própria gordura da paciente (lipoenxertia), além dos produtos sintéticos.
Dependendo do tipo de tratamento, há outras alternativas. “No caso de rejuvenescimento, podemos utilizar os bioestimuladores de colágeno injetáveis, as tecnologias (radiofrequência, microagulhas, lasers e ultrassom microfocado) e fios de sustentação”. Em determinados casos, “pode-se realizar tratamentos cirúrgicos, como o lash-lifting de face e glúteos”.
Vídeos: bioplastia antes e depois
Além de tirar dúvidas, é importante conhecer o relato de quem já fez a bioplastia. Lembre-se que cada experiência é individual, porém pode te ajudar a entender melhor o procedimento. Acompanhe os vídeos abaixo:
1. Antes e depois da bioplastia de glúteos
Nesse vídeo, veja o antes e o depois da bioplastia na região glútea. A youtuber Dodô Munhoz fez o procedimento recentemente e provou algumas roupas. Será que é possível identificar mudanças? Assista e descubra!
2. Bioplastia nasal
Quer saber como a bioplastia é feita? Acompanhe esse vídeo no qual o procedimento é realizado para empinar a ponta do nariz. A técnica é feita com ácido hialurônico e anestesia local. Confira!
3. Bioplastia após um ano
A youtuber Dodô Munhoz esclarece as principais dúvidas de seus seguidores sobre o procedimento. Ela realizou a técnica há um ano, gerando muita curiosidade sobre os resultados, pós-operatório e outras questões. Assista!
A bioplastia, o ultraformer e outros procedimentos estéticos ajudam a melhorar a autoestima. Entretanto, lembre-se que, antes de qualquer técnica, é importante buscar o equilíbrio entre o corpo e as emoções para se sentir bem e feliz.
Erika Balbino
Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.
