Bem-estar

3 maneiras de se prevenir contra o câncer de colo de útero

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Atualizado em 26.08.22

Um assunto muito importante relacionado à saúde da mulher é o câncer de colo de útero. A doença é uma das mais comuns entre as mulheres. A Dra. Camila Curado (CRM/RJ 52.89495-8) explica tudo sobre a doença, quais são os tratamentos, expectativa de sobrevida e como é possível se prevenir. Confira!

O que é o câncer de colo de útero?

A Dra. Camila explicou ser um tipo de câncer “que ocorre nas células do colo do útero – a parte inferior do útero que se conecta à vagina”.

Conforme a ginecologista, este é o quarto câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, com uma estimativa de 604.000 novos casos e 342.000 mortes em 2020. Segundo a Dra. Camila, “cerca de 90% dos novos casos e mortes em todo o mundo em 2020 ocorreram em países de baixa e média renda”.

O que pode levar ao câncer de colo de útero que talvez você não saiba

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Os fatores de risco que podem levar a este tipo de câncer são específicos e, segundo a ginecologista, “quase todos os casos do câncer de colo do útero podem ser atribuídos à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que é um vírus sexualmente transmissível”. Veja quais são os principais fatores de risco:

  • Relação sexual desprotegida: uma das principais causas do câncer de colo de útero é a relação sexual sem camisinha, pois possibilita a contração de HPV, uma infecção sexualmente transmissível.
  • Outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): ter outras DST’s — como clamídia, gonorreia, sífilis e HIV/AIDS — aumenta o risco de HPV.
  • Ter o sistema imunológico enfraquecido: o risco de desenvolver câncer do colo do útero é maior se seu sistema imunológico estiver enfraquecido por outra condição de saúde e você tiver HPV.
  • Fumar: o tabagismo está associado ao câncer cervical de células escamosas.
  • Pílulas anticoncepcionais: há evidências de que o uso prolongado de contraceptivos orais pode aumentar o risco de câncer do colo do útero.
  • Ter muitos filhos: ter três ou mais gestações a termo – onde o tempo ideal da gestação não é respeitado – pode aumentar o risco de desenvolver câncer do colo de útero.

É importante se atentar aos mínimos sinais que podem indicar a presença da doença. A seguir, veja alguns sintomas muito comuns deste tipo de câncer.

8 sintomas do câncer de colo de útero entre o estágio inicial e avançado

O que dificulta um pouco o diagnóstico precoce é a falta de sintomas iniciais. Dra. Camila explica que, “os estágios iniciais do câncer do colo do útero geralmente não causam sintomas e são difíceis de detectar. Os primeiros sinais de câncer do colo do útero podem levar vários anos para se desenvolver”.

A ginecologista ressalta a importância dos exames ginecológicos e afirma que “na fase inicial, apenas são encontradas alterações nos exames do colo do útero (Papanicolau e colposcopia). Por isso é tão importante fazer o Papanicolau de rotina”. Veja os principais sintomas da fase inicial:

  • Corrimento vaginal aquoso ou sanguinolento que pode ter um odor desagradável;
  • Sangramento vaginal após a relação sexual, entre os períodos menstruais ou após a menopausa;
  • Períodos menstruais mais intensos ​​ou durando mais do que o normal.

Além dos sintomas iniciais, a ginecologista trouxe sinais de quando o câncer já se espalhou para tecidos ou órgãos próximos:

  • Dificuldade ou dor para urinar, às vezes com sangue na urina;
  • Diarréia, ou dor ou sangramento do reto ao fazer evacuar;
  • Fadiga, perda de peso e apetite;
  • Dor nas costas ou inchaço nas pernas;
  • Dor pélvica/abdominal.

Se você já notou algum desses sintomas, não deixe de fazer uma consulta com um ginecologista. Sua saúde íntima precisa de acompanhamento e cuidado profissional!

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Quanto tempo o câncer do colo do útero leva para se desenvolver?

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O tempo de desenvolvimento do câncer de colo de útero varia segundo a situação imunológica de cada paciente. A Dra. Camila explica que “leva de 15 a 20 anos para o câncer do colo do útero se desenvolver em mulheres com sistema imunológico normal. Já nas mulheres com sistema imunológico enfraquecido, como aquelas com infecção por HIV não tratada, esse tempo pode ser de 5 a 10 anos”.

Segundo a ginecologista, essa variação de tempo ocorre porque “o sistema imunológico normalmente evita que o vírus cause danos” e explica que “em uma pequena porcentagem de pessoas o vírus sobrevive por anos, contribuindo para o processo que faz com que algumas células cervicais se tornem células cancerígenas”.

Tipos de tratamento do câncer de colo de útero

Camila explica ser necessário analisar alguns fatores como “estágio da doença, idade, saúde geral e se a mulher deseja ter filhos no futuro”, antes de iniciar o tratamento. Veja a lista de procedimentos que podem tratar o câncer, segundo a doutora:

Radioterapia

câncer de colo de útero

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A radioterapia usa feixes de energia para matar as células cancerosas no colo do útero. Existem dois tipos de terapia de radiação: radiação de feixe externo (EBRT) e braquiterapia.

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A Radiação de feixe externo ocorre por meio de radiação de alta potência no câncer através de uma máquina fora do corpo. Já na braquiterapia, a fonte de radiação é colocada dentro da área a ser tratada ou junto a ela. As doses de radiação são liberadas para atacar as células tumorais, tentando evitar que células sadias sejam afetadas.

Quimioterapia

A quimioterapia usa medicamentos injetados nas veias ou tomados por via oral para matar as células cancerígenas. Ele entra no sangue e é eficaz para matar células em qualquer parte do corpo. Existem vários medicamentos usados ​​para quimioterapia e eles podem ser combinados.

A quimioterapia é frequentemente administrada em ciclos. A duração do ciclo e o cronograma ou frequência da quimioterapia variam dependendo do medicamento usado e da localização do câncer.

Cirurgia

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A doutora Camila explica que existem diferentes tipos de cirurgia usados ​​para tratar o câncer de colo de útero. Entre elas estão:

  • Cirurgia a laser: para essa cirurgia, usa-se um feixe de laser para queimar células cancerígenas.
  • Criocirurgia: esta cirurgia congela as células cancerígenas.
  • Conização: uma cirurgia na qual um pedaço de tecido em forma de cone é removido do colo do útero.
  • Histerectomia total: esta cirurgia envolve a remoção do útero, mas não do tecido próximo ao útero. Sua vagina e linfonodos pélvicos não são removidos.
  • Histerectomia radical com dissecção dos linfonodos pélvicos: com esta cirurgia, o útero, o tecido circundante chamado paramétrio, o colo do útero, uma pequena porção da parte superior da vagina e os linfonodos da pélvis são removidos.
  • Traquelectomia: este procedimento remove o colo do útero e a parte superior da vagina, mas não o útero.
  • Exenteração pélvica: é o mesmo que uma histerectomia radical, mas inclui bexiga, vagina, reto e parte do cólon, dependendo de onde o câncer se espalhou.

Muito importante saber sobre isso, não é mesmo? Além disso, a ginecologista informou haver terapias promissoras sendo desenvolvidas, como a Imunoterapia e a terapia direcionada.

Quais são as taxas de sobrevivência para o câncer do colo do útero?

A taxa de sobrevivência de uma mulher com a doença não possui ligação direta com o tipo de tratamento orientado a realizar. Camila explica que quase metade das mulheres descobre o câncer no estágio inicial e “quando é detectado neste estágio, a taxa de sobrevida relativa de cinco anos é superior à 90%”.

Por outro lado, a especialista informou que “a taxa de sobrevivência de cinco anos é de 58% se o câncer se espalhou para outros tecidos ou órgãos”.

3 formas de se prevenir contra o câncer de colo de útero

A Dra. Camila garante que “a coisa mais importante para ajudar a prevenir o câncer do colo do útero é se vacinar cedo e fazer exames de rastreamento regulares”. Confira as 3 principais formas de prevenção para a doença:

Teste HPV

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É sempre recomendado que a mulher faça o teste de HPV, pois “ele procura o vírus (papilomavírus humano) que pode causar alterações celulares”, afirma a Dra. Camila.

Vacina

Muito indicada antes de iniciar a vida sexual, a vacina contra HPV é administrada para prevenir infecções. Camila explica que ela “não trata infecções ou doenças existentes e mesmo com a vacina contra o HPV, o Papanicolau deve ser feito regularmente”.

Papanicolau (preventivo)

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Este exame é um dos mais conhecidos entre as mulheres, deve ser realizado após os 25 anos a cada 3 anos. Segundo Camila “ele pode detectar condições pré-cancerosas do colo do útero, para poderem ser monitoradas ou tratadas para prevenir a doença”.

E seus exames ginecológicos, estão em dia? Caso não esteja, busque um ginecologista e se certifique de que está tudo bem com a sua saúde íntima. Aproveite também para ler sobre o Ph vaginal e sua importância para a saúde íntima da mulher.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Redatora, escritora de poesias que talvez, um dia, sejam publicadas. Amante de cachoeiras, praias e gatos. Gosta muito de dançar, vaguear pela cidade de bicicleta, saladas e aprender através de conversas.