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Medalhista olímpica aos 40, Carol Gattaz prova que idade não é barreira

Carol Gattaz

Atualizado em 19.06.23

Aos 40 anos, Carol Gattaz provou que nunca é tarde demais para realizar seus sonhos. Após sofrer com dois cortes nas vésperas de Jogos Olímpicos, ela chegou a desistir de conquistar a tão desejada medalha. Em um ciclo olímpico diferente de qualquer outro, a central foi convocada para as Olimpíadas de Tóquio e mostrou ao mundo seu potencial. A seguir, conheça Carol Gattaz e a sua jornada no esporte feminino!

O começo tardio e promissor no esporte

O talento para o esporte veio desde cedo na vida de Caroline de Oliveira Saad Gattaz. Natural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, começou a jogar futsal na infância e na adolescência já era artilheira do time da escola e do Rio Preto Automóvel Clube. A alta estatura a levou a jogar handebol, futebol, tênis de mesa e atletismo até que ela finalmente se encontrou o voleibol.

No mesmo clube, Carol passou a se destacar no esporte e recebeu bolsa para representar o Colégio Santo André. Seu primeiro time profissional foi o São Caetano, aos 17 anos. Em 2000, ela se transferiu para o Rexona, no Rio de Janeiro, retornando para o time do ABC no ano seguinte. Teve passagens pelo Osasco, Monte Schiavo Jesi da Itália até chegar no Minas Tênis Clube em 2014. No Minas, Gattaz conquistou o tricampeonato mineiro, tetracampeonato sul-americano e 3 Superligas Femininas.

Ciclos Olímpicos

Aos 18 anos, Carol era uma promissora central recém-chegada a seleção principal, porém, não foi cogitada pelo técnico José Roberto Guimarães para as Olimpíadas de Atenas 2004. Em 2008, mesmo após ter participado de todo o ciclo olímpico e das principais competições, acabou sendo cortada dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Em Londres 2012, sofreu com uma fascite plantar e ficou de fora da lista principal. Gattaz anunciou sua aposentadoria para os jogos da Rio-2016. Ela foi comentarista dos canais SporTV durante as Olimpíadas de 2008 e 2012. A convocação para representar o Brasil na maior competição do mundo veio somente em 2021 após o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

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A importância de nunca desistir de seus sonhos

Desistir de desistir foi o que fez Carol Gattaz. Mesmo após 2 cortes olímpicos, ao lado de Camila Brait – posição líbero, Carol Gattaz se fortaleceu e encontrou sua melhor forma. Percebeu que estava melhor aos 40 do que aos 30 anos. Procurou profissionais que pudessem alavancar seu corpo, sua carreira e sua mentalidade. Teve o suporte de seu clube, o Minas Tênis Clube, e enxergou seu potencial, aquele mesmo que ela pensou não ter após ver seu sonho de representar seu país em Jogos Olímpicos ser destruído.

Gattaz provou a si mesma e para diversas pessoas que não existe idade para realizar sonhos. Mesmo na carreira de atleta de alto nível, em que é comum ver as pessoas se aposentarem após os 30, ela descobriu sua melhor versão. Trouxe para casa a tão desejada medalha, que mesmo sendo de prata, valeu por todos os anos de esforço. Ela não pensa em aposentadoria, mas sim em continuar jogando até seu corpo dizer chega. Até lá, ela ainda vai dar muita alegria para seus fãs e torcedores.

10 curiosidades para enaltecer ainda mais a central

Com mais de 20 anos de carreira, Carol Gattaz mostra que determinação é a chave para se provar cada vez mais como uma das melhores centrais do vôlei brasileiro. Descubra mais sobre a jogadora da Minas Tênis Clube:

1. Quinta melhor jogadora do mundo em 2021

A Federação Internacional de Vôlei elegeu as 12 melhores atletas do ano de 2021 e Carol Gattaz foi eleita a quinta da lista, ficando na frente de jogadoras como Gabi Guimarães, sua companheira de seleção e ex-Minas. A FIVB escreveu que o ano em que a jogadora completou 40 anos foi triunfal com sua volta para a seleção após oito anos, conquistando o vice-campeonato na Liga das Nações e nas Olimpíadas.

2. Capitã do Minas

Parte do time principal desde a temporada 2014/2015, o contrato de Gattaz foi renovado para a temporada 2022/2023 e ela segue como capitã do atual vencedor da Superliga. “É uma honra liderar uma equipe como o Gerdau Minas e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Estou muito feliz por continuar no Clube que é a minha segunda casa”, afirmou Gattaz em anúncio.

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3. Relação com Rosamaria

Além de uma ótima relação em quadra, Carol tem uma amizade muito especial com a oposta Rosamaria. Elas compartilham os momentos juntas e tiveram a oportunidade de viver o sonho de disputar uma Olimpíada juntas. As duas dividiram quarto e Carol sempre postava vídeos usando suas melhores cantadas em Rosa. Elas inclusive brincam que dividem guarda de Julia Kudiess, central do Minas e da Seleção, que parece fisicamente com Rosamaria e divide a posição com a Carol, sendo que as duas tem uma diferença de 22 anos!

4. Melhor central da Liga das Nações

Ao lado da turca Eda Erdem, Gattaz foi eleita a melhor central da Liga das Nações em 2021. O Brasil ficou com segundo lugar após perder a final para os Estados Unidos. Tandara foi eleita a melhor oposta e Gabi Guimarães dividiu o prêmio de melhor ponteira com a norte-americana Michelle Bartsch-Hackley.

5. Cantora nas horas vagas

Fora das quadras, Gattaz aproveita seu tempo cantando ao lado de amigos e da cantora Elaine Cristina. Depois de um dos treinos nos jogos de Tóquio, a Confederação Brasileira de Vôlei divulgou um vídeo dela cantando enquanto a ponteira Ana Cristina tocava piano.

6. Ama viajar

As férias da central são sempre marcadas por viagens pelo Brasil e mundo afora. Após aproveitar um tempo com a família no interior de São Paulo, Carol recarrega as energias em lugares paradisíacos e postando fotos incríveis em suas redes sociais.

7. É também conhecida como a ‘véia da lancha’

Um apelido que começou com seus fãs em alusão a suas postagens em uma lancha no sítio de sua família ou em passeios por Minas Gerais. O apelido viralizou e até outras jogadoras mais velhas como Sheilla e Fernanda Garay ganharam apelidos como “Veia da BMW” e “Veia do Vinho”.

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8. Faz ioga

Não é somente o vôlei que consome todo o tempo da jogadora. Além dos treinos técnicos e físicos, Gattaz também faz ioga para estimular o corpo e ficar cada vez mais flexível. A combinação ajuda seu desempenho em quadra e promove a longevidade de sua carreira como atleta.

9. Não tem medo de se posicionar

Carol Gattaz nunca teve medo de se declarar bissexual. Após uma polêmica recente envolvendo um jogador do elenco masculino do Minas, Carol postou um vídeo repudiando as atitudes homofóbicas do jogador, e declarou: “Fico muito triste de ter que vir aqui e explicar o óbvio. Homofobia é crime. Racismo é crime. Xenofobia é crime. E nós como sociedade não podemos mais naturalizar comportamentos como esse. É muito importante que a gente se posicione de forma combativa. Seria muito simples eu, uma mulher cis, bissexual, independente, classe média, bem-sucedida, chegar aqui e me esconder, sem fazer nada sobre isso.”

10. Tem origens rurais

Nem só de vôlei vive a central brasileira. Filha e neta de agricultores, Carol passa o tempo na fazenda da família e ajuda o pai nos negócios voltados para o setor agropecuário. Suas origens vêm de produtores rurais de cana-de-açúcar de São Paulo. Ela tem a própria fazenda de gado em Ilha Solteira (SP) e quem cuida é o próprio pai.

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