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O enfraquecimento dos músculos pélvicos pode gerar uma série de consequências, entre elas, o prolapso uterino. Também conhecida como colo do útero baixo, essa condição afeta mulheres em diferentes faixas etárias, inclusive, se decidir engravidar. A ginecologista, obstetra e mastologista, Dra. Mariana Rosário, falou sobre o assunto, explicou o que é, citou as causas e esclareceu dúvidas no decorrer da matéria. Confira!
O que é o prolapso uterino ou colo do útero baixo?
O prolapso uterino “é a mudança de posicionamento normal do útero”. Segundo a ginecologista, o órgão “pode sair parcial ou totalmente para fora da cavidade vaginal”. A condição também é conhecida como colo do útero baixo, afeta mulheres a partir dos 40 anos e faz parte do prolapso dos órgãos pélvicos (POP).
Graus do prolapso uterino
O prolapso uterino é classificado de acordo com o grau, sendo definido pelo sistema de quantificação POP-Q (Pelvic Organ Prolapse-Quantification), que ajuda a direcionar qual o melhor tratamento. Portanto, a seguir, a ginecologista cita os graus e suas características:
- Grau 1: o útero “desce e atinge a metade da vagina”. Ele não fica aparente na cavidade vaginal.
- Grau 2: “o prolapso atinge o hímen”, chegando na abertura da vagina, mas ainda não está exteriorizado.
- Grau 3: “o útero se projeta um pouco para fora da vagina” e pode chegar a 1 cm da cavidade vaginal.
- Grau 4: é o estágio mais grave e acontece quando o útero está totalmente exteriorização, ou seja, para fora da vagina.
Além do útero, outros órgãos, como bexiga, uretra, intestino delgado e reto podem se deslocarem de suas posições adequadas. Esses tipos de POP também são classificados conforme o grau e geram sintomas desagradáveis.
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Possíveis causas do colo do útero baixo
Segundo aponta a médica, uma das causas principais do prolapso uterino “é a frouxidão da musculatura pélvica e dos ligamentos que seguram o útero, normalmente, devido ao aumento da pressão abdominal”. Entre os fatores de risco para a condição, estão: obesidade, envelhecimento, múltiplas gestações, levantar muito peso, especialmente nos casos de atletas e parto normal complicado.
Sintomas do prolapso uterino
Segundo a especialista, dependendo do grau do prolapso, a mulher sente uma bolinha adentrando na vagina, que pode se exteriorizar e desencadear outros sintomas, como:
- Sensação de peso na vagina;
- Incontinência urinária ou fecal;
- Dor ou desconforto durante a relação sexual (dispareunia);
- Pressão na região pélvica.
Com o útero mais exposto, próximo à vulva, há um maior risco de corrimento vaginal e infecções.
Diagnóstico
A Dra. Mariana explica que o diagnóstico do colo do útero baixo é feito por um ginecologista, inicialmente, por meio de exame físico e análise do histórico da paciente. “Normalmente, é possível, até mesmo, avaliar o grau do prolapso. Então, em geral, não é necessário exame de imagens para diagnosticar”.
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Colo do útero baixo na gravidez
De acordo com a ginecologista, “o prolapso uterino não impede a gravidez, mas pode causar riscos durante o período gestacional e no parto”. Além disso, “a gestação amplifica a projeção abdominal rapidamente, portanto, pode aumentar a possibilidade de desenvolver a condição na gravidez”.
Dúvidas sobre o prolapso uterino
Dependendo da gravidade, o colo do útero baixo pode afetar a qualidade de vida da mulher. Por isso, é fundamental sanar outras dúvidas que possam surgir. Abaixo, a ginecologista esclarece questões relevantes sobre o assunto. Acompanhe!
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Dicas de Mulher – Como posso prevenir o prolapso uterino?
Mariana Rosário – É preciso fortalecer a musculatura pélvica, para tanto, fazer exercícios físicos, controlar o peso, realizar fisioterapia durante toda a gestação e à medida que a mulher envelhece.
Como saber quando procurar ajuda médica?
Quando a mulher sentir uma bolinha, isto é, o colo do útero, adentrando na vagina, é preciso buscar ajuda médica para evitar o procedimento cirúrgico.
O colo do útero baixo pode levar a outras complicações?
Sim. Quando o colo uterino fica exposto, pode ocorrer alterações e, obviamente, incontinência anal e uretral.
O prolapso uterino afeta a vida sexual e a fertilidade?
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Sim, pois, dependendo do grau de prolapso, o útero se exterioriza e, muitas vezes, a mulher não consegue ter relações sexuais. Nesses casos, pode dificultar a gravidez.
A condição atinge cerca de 60% das mulheres e aparece em qualquer idade, no entanto, é mais comum após os 70 anos. Isso acontece devido ao enfraquecimento muscular provocado pela idade e outros fatores, como alterações hormonais decorrentes da menopausa.
Tratamentos para prolapso uterino
A ginecologista explica que o tratamento dependerá do grau do prolapso, ou seja, em graus leves, como 1 e 2, muitas vezes, a fisioterapia pélvica pode ajudar a fortalecer a musculatura. “Já em casos mais avançados, normalmente, é necessário realizar cirurgia e, dependendo do estado clínico da paciente, é preciso retirar o útero”.
Em casos de infecções frequentes, podem ser recomendados medicamentos. Também há tratamentos realizados com o laser ginecológico para melhorar a sustentação do assoalho pélvico e com o uso de cremes ou anéis contendo hormônio, que ajudam a restaurar o tecido do canal vaginal.
Como informado, diagnosticar o prolapso uterino em estágio inicial pode evitar outras complicações. Ao tratar o colo do útero baixo, certamente, você terá uma melhor qualidade de vida. Então, sempre que sentir qualquer alteração na região íntima, procure um médico. Além disso, os exames ginecológicos são fundamentais para prevenir e cuidar da saúde da mulher.
Erika Balbino
Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.