Bem-estar

Adeus sutiã: o sonho de colocar silicone para dar mais sustentação aos seios

Dicas de Mulher

Atualizado em 04.07.23

O sonho dos seios siliconados pode surgir em qualquer fase da vida. Para quem ainda não teve filhos é visto como uma chance de aumentar o tamanho da mama, enquanto quem já passou dos 40 anos e já viveu a experiência da maternidade enxerga no silicone a oportunidade de levantar as mamas e deixá-las mais durinhas.

Hoje, com o fácil acesso à internet, uma pesquisa rápida já permite ter um bom conhecimento sobre o procedimento cirúrgico, de como são os implantes, que passam bem longe de como eram há mais de quarenta anos, por exemplo.

E quem não tem uma amiga que já realizou o sonho e colocou as próteses? A troca de ideias acontece facilmente, muitas vezes com brincadeiras como “vai ficar com peitão” ou “já tá se vendo livre do sutiã, não é mesmo?”. Então, o que leva as mulheres a adiarem esse desejo? Medo da cirurgia? Questões financeiras? O receio de não gostar do resultado? Alguma outra preocupação com o próprio corpo?

O Dicas de Mulher conversou com Valéria Rodrigues, 42 anos, escritora e moradora do Rio de Janeiro. Em um bate-papo descontraído, ela contou que tem interesse em colocar implantes, mas ainda não realizou a cirurgia.

Escritora, esposa e mãe de três filhos

A escritora conheceu o marido ainda na adolescência, aos 14 anos, e eles se casaram jovens, aos vinte e poucos. Na época, ela trabalhava em outra profissão, sem carteira assinada, e a descoberta da primeira gravidez mudou seus planos: “quando eu contei para minha patroa que estava grávida, ela me dispensou. Na época, não quis colocar na justiça porque não gostava da ideia de ter que ir com aquele barrigão para as audiências. Como meu marido conseguia suprir as contas da casa, preferimos que eu parasse de trabalhar e me dedicasse ao nosso filho”.

Publicidade

Com isso, ela se dedicou integralmente à maternidade, com mais duas filhas aumentando a família algum tempo depois. Foi há dez anos que ela percebeu querer se dedicar à escrita, principalmente quando viu que não se identificava com outras profissões: “nada parecia chamar minha atenção”.

“Me descobri escritora aos trinta e um anos, após ler Cinquenta Tons de Cinza. Eu quis saber sobre a história do livro, sobre a autora, e aí veio um estalo: vou sentar e tentar escrever um livro porque sempre criei muitas histórias na cabeça. E foi assim que surgiu meu primeiro livro”.

O interesse pelo silicone

Quando questionada sobre a questão do silicone, Valéria diz: “sempre tive a mama grande e, depois de três gestações e amamentações, os seios ficaram caídos. Durante um tempo o sutiã foi um grande aliado, mas atualmente nem ele tem me deixado satisfeita”.

Ela explica que a ideia da plástica não passava pela sua cabeça antes das gestações. Essa questão só começou a incomodar mais recentemente, depois de passar pelo efeito sanfona de emagrecer e voltar a ganhar peso, a ponto de considerar tanto a colocação das próteses quanto a abdominoplastia. “Após a gestação eu engordei muito. Eu fiquei com quase noventa quilos e já estava me sentindo muito mal com meu próprio corpo”.

Val, como é mais conhecida no mundo literário, conta isso de forma leve, mas relata que estar muito acima do peso que costumava ter foi o que despertou a vontade de fazer uma atividade física. Foi um vídeo sobre muay thai que lhe deu mais motivação e a fez se impor uma meta. “Eu acho esses exercícios repetitivos chatos, queria alguma coisa que eu gostasse, queria ter prazer em ir para academia. Foi quando eu descobri o muay thai e comecei a praticar. Pensei, vou entrar por cinco ou seis meses, se não ficar satisfeita com o resultado, eu saio”, conta.

O resultado veio e ela perdeu cerca de vinte quilos e aí, ela começou a notar mudanças na aparência dos seios, a temida flacidez, resultado dessa mudança brusca na balança. “Foi nesse momento que meus seios, que eram grandes, diminuíram e ficaram mais caídos e flácidos, o que me fez querer colocar silicone, pois eu tinha atingido o peso ideal, mas o corpo ficou longe de estar como eu desejava”, explica.

Publicidade

O medo do bisturi passa longe

Quando questionada sobre o motivo de ainda não ter colocado as próteses, Val explica que são questões financeiras, além de saber que precisa estar no peso ideal para fazer a cirurgia. Tanto que, se recebesse a proposta de realizar o procedimento amanhã, ela toparia, mas sabe que o cirurgião provavelmente solicitaria esse emagrecimento antes de ela poder se entregar para o bisturi.

Medos nem passam por sua mente. A escritora tem duas amigas que já colocaram os implantes e com quem conversou bastante, acompanhando de perto o pós-cirúrgico. “Tenho amigas bem próximas que colocaram silicone e eu sei mais ou menos como é o pós-cirúrgico. A cirurgia não me preocupa, porque eu fiz três cesáreas, então medo de bisturi, agulha, não tenho. Imagine, sou toda tatuada!”, exclama e ri.

O silicone levantaria sua autoestima

No momento, expor o próprio corpo ainda é um problema para ela, que conta fugir de praia e evitar ao máximo roupas que não sustentem muito bem seus seios. “Evito praia, não me animo a ir, não me sinto confortável. Decote depende muito do modelo da blusa, se for do tipo que levanta os seios, uso, se não, descarto, pois se não há sustentação ou impossibilita o uso de sutiã, é uma peça descartável”, comenta.

Após a realização da cirurgia, acredita que isso vá mudar em vários aspectos, assim como a visão que tem de si e do próprio corpo. “Eu provavelmente ficaria mais confortável em usar determinadas roupas, mais satisfeita ao me olhar no espelho. Eu acho que a minha maior expectativa, na verdade, é essa: poder usar uma blusa mais soltinha, por exemplo, um vestido, sem ficar escrava de um top, de um sutiã”, comenta.

“Não me importo com opinião alheia”

Valéria traz um exemplo interessante que pode ajudar outras mulheres que sonham com o silicone, mas temem as opiniões contrárias: “não deixe que a opinião de segundos, terceiros e quartos minem o seu desejo”.

Ela aproveita para fazer uma comparação e confessa ser apaixonada por cabelos coloridos. Sempre que pode, experimenta novas cores, voltando para o preto quando enjoa. Ainda assim, percebe certo preconceito quando insiste no colorido, vindo, às vezes, do próprio cabeleireiro.

“Eu uso cabelo colorido desde os meus vinte e poucos anos. Já fui ao cabeleireiro e ele diz que fica uma coisa meio infantil, ao que retruco: ‘pois é, ainda bem que o cabelo é meu e cada um faz o que quer’. Algumas pessoas olham ‘nossa, 42 anos e usa cabelo colorido… mas é o que eu gosto, é como eu me sinto bem e não me importo com a opinião alheia”, conta.

Val acredita que as mulheres devem seguir a mesma ideia quando decidem colocar silicone, sempre deixar claro que o corpo e a decisão são delas. Então, se elas se sentem bem, isso é o que verdadeiramente importa, ou seja, o mais importante é focar no quanto esse simples ato de apostar nos implantes vai elevar sua autoestima e autoconfiança.

Publicidade

Escritora com 8 livros publicados e apresentadora de um programa de rádio sobre literatura nacional, o Capivaras Leitoras. Ama ler, viajar e passar um tempo com a Buffy, sua cachorrinha vira-lata.