É possível encontrar o amor em uma agência de casamentos?
Conheça a história de Andreza e José Renato, que se conheceram através dos serviços de uma agência
Você certamente já ouviu falar de uma casamenteira, mas que agora existem empresas engajadas em arrumar o parceiro ideal para outra pessoa, talvez não. São as chamadas agências de casamento. A terapeuta de casais Cláudya Toledo, que é dona de uma agência de casamento, explica que a procura por esse tipo de serviço vêm crescendo por conta da pouca oportunidade de encontrar um parceiro em locais comuns.
No passado, as pessoas se conheciam através de uma rede de amigos, em lugares como igrejas, escola ou dentro da família. Mas hoje, com a correria do dia-a-dia e foco de homens e mulheres na carreira, essa rede diminui, quando não desapareceu completamente.
A especialista conta que as mulheres atingiram um patamar em que buscam independência através de uma carreira estável e do poder do dinheiro. Com isso, elas somente se abrem para um relacionamento sério, mais velhas e justamente quando não frequentam mais escolas, universidades e têm pouco tempo para interagir com a família e os amigos da família. “É um grande erro achar que o acaso vai se encarregar de colocar pessoas nas nossas vidas. Temos que ir a luta”, conta a terapeuta.
Um empurrãozinho
E o papel da matchmaker (casamenteira) é justamente fornecer subsídios para que o indivíduo se torne bem sucedido na área emocional também. “No geral as pessoas pouco sabem sobre relacionamentos e por isso fracassam em alguns casos. Para tudo precisamos de informação e conhecimento e com a vida afetiva não é diferente”, explica Cláudya.
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Cláudya explica que quando procura a agência de casamento, o candidato passa por uma série de etapas, até estar pronto para ser apresentado a alguém. Esses passos incluem uma entrevista pessoal, onde se define o perfil do candidato e do companheiro procurado. Depois são feitas avaliações psicológicas e apresentados documentos que comprovem os dados fornecidos pelo candidato (escolaridade, endereço, renda, etc.). Por fim, é realizada uma sessão de fotos.
Com esses dados em mãos, a equipe da agência vai diagnosticar e traçar um perfil para o candidato e apresentar como serão os trabalhos com ele. “Quando a pessoa é muito expansiva, por exemplo, podemos sugerir encontros coletivos, em workshops, ou cruzar dados e indicar encontros a sós. Mas sempre o candidato vai contar com a avaliação e proposta do pessoal da agência. Ele não encontra o parceiro sozinho”, explica.
Cláudya conta ainda que 93% dos candidatos têm curso superior, 60% são mulheres e 40% são homens e a idade dos candidatos varia de 25 a 60 anos. A maior parte deles é workaholic (viciado em trabalho) e todos querem viver uma experiência de um grande amor numa relação estável. “Quando procuramos um grande amor é importante definir um perfil do que buscamos e ir à luta. Se abrir socialmente e se dedicar a este objetivo, como outro qualquer da nossa vida. Aprender a ter sucesso nesta área e criar vínculos”, salienta.
Confira algumas dicas da especialista para encontrar um amor verdadeiro e um relacionamento sério:
- Decida o tipo de pessoa que quer e vá a lugares onde esta tribo existe. Por exemplo, se gosta de homens cultos, vá a livrarias; se procura um dançarino, invista em festas e bailes;
- Converse sobre a infância e entenda sobre os valores que a pessoa adquiriu e valoriza, aqui existe uma tendência a repetição;
- Esteja sempre bela para atrair, a senha sexual dos homens é visual;
- Se você está sempre exposta, todos que te rodeiam poderão lhe apresentar pessoas;
- Seja amável para ser amada;
- Frequente todas as festas de casamentos que for convidada, é o melhor local para conhecer pessoas para um relacionamento estável;
- Mantenha-se longe de homens comprometidos e deixe claro, de forma educada, que não pretende estabelecer uma relação paralela;
- Fique atenta aos sinais de interesse e olhares;
- Para viver um grande amor fora é preciso ter grandes emoções por dentro. Por isso cultive suas emoções;
- Esteja sempre pronta para conversar e dar atenção, um amor pode surgir de uma amizade.
“Conheci meu grande amor em uma agência”, Andreza Santana, empresária
Me chamo Andreza Santana, tenho 34 anos, sou diretora de marketing e empresária e moro há 1 ano e meio com o empresário e professor, José Renato Carollo, de 47 anos, que conheci em uma agência de casamentos.
Em 2010, logo depois de ter passado dois anos fora em carreira internacional, viajando pela Europa e Estados Unidos, eu decidi voltar para São Paulo. Mudei de emprego e parei de ignorar totalmente minha vida pessoal. Achei que já tinha passado da hora de voltar meus pensamentos para encontrar um amor, mas o acaso estava “me enrolando” e resolvi ir atrás. Foi quando tomei a decisão de procurar uma agência de casamentos.
Honestamente a esta altura eu nem sabia que agências de casamento físicas existiam no Brasil, mas uma amiga holandesa me incentivou dizendo que isso era muito comum na Europa e me mandou pesquisar aqui.
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Encontrei uma e fiz um cadastro online, naveguei pelo site de relacionamento, vi todos os depoimentos e me animei. No dia da entrevista, lá fui eu, meio com medo, meio esperançosa, com certo preconceito, mas, quando cheguei lá, percebi que seria uma forma segura de me “reinserir no mercado”. Notei também que eram pessoas como eu que usufruíam do serviço, ou seja, profissionais workaholics que ficam muito tempo no escritório e passaram da fase de paquerar em bares e resolveram “terceirizar” a busca.
Achei moderno tudo aquilo, tinha a minha cara. Cerca de 20 dias depois da assinatura do contrato com a agência, eu recebi a ligação da psicóloga que foi enfática: “Conheci seu marido ontem!” E ela me contou um pouco sobre ele. Achei tudo o máximo e topei conhecê-lo na hora.
Logo depois, ele me ligou e marcamos de jantar a noite. De cara já gostei, pois o achei jovem, bonito e muito simpático. Era um cara charmoso, empresário da área financeira, inteligente e com um lado aventureiro. Já tinha viajado de moto do Brasil até o México. Ele me levou a um lugar ótimo, tomamos vinho, jantamos, tagarelamos a noite inteira e nos beijamos no final. Ou seja, o encontro perfeito!
No dia seguinte ele me ligou e saímos todos os dias naquela semana. Ao fim de 20 dias, já estávamos dividindo o mesmo teto! Estamos juntos desde então e muito felizes. Já fizemos três viagens internacionais e nossos planos estão a mil.
A agência de casamento mudou não só minha vida pessoal, me dando um amor de verdade, mas me tornou uma “cupida profissional”, pois eu abri também uma filial para prestar estes serviços.
Gisele Macedo Sá
Profissional de Comunicação com foco em digital performance, graduada em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Tenho facilidade em atuar com profissionais multidisciplinares e também em projetos simultâneos, com linguagem e públicos diferentes.