Dicas de Mulher
Com revisão da ginecologista e obstetra Dra. Karen Rocha de Pauw
Atualizado em 15.01.24A fissura vaginal atinge muitas mulheres e é uma das principais queixas de dores durante ou depois da relação sexual. Para falar sobre o assunto, a ginecologista e obstetra do Dicas de Mulher explicou o que é, quais as causas, os sintomas e tratamentos indicados. Acompanhe a matéria!
Conheça a especialista
Dra. Karen Rocha de Pauw é médica ginecologista e obstetra, com especialização em reprodução humana e ênfase em endocrinologia da menopausa. Ela dedica sua carreira à prática da medicina empática e à disseminação de informações sobre saúde.O que é a fissura vaginal?
A fissura vaginal causa muito desconforto na entrada da vagina, principalmente durante o sexo e ao urinar. As fissuras vaginais são pequenos cortes similares às rachaduras que aparecem na mucosa da vulva ou vagina. Geralmente ocorrem durante o ato sexual e podem ter múltiplas causas.
Fissura vaginal X vaginismo
A fissura vaginal é uma lesão similar a uma rachadura que ocorre na entrada da vulva ou na vagina. Já o vaginismo é a contração involuntária dos músculos da vagina, tornando a penetração dolorosa ou, em algumas ocasiões, impossível de acontecer.
A fissura vaginal, mesmo após ter a causa identificada e tratada, pode ser uma das causas de vaginismo, pois o cérebro passa a relacionar a penetração com algo doloroso, mesmo não existindo mais a fissura. Nesse caso, a paciente precisa realizar tratamento multidisciplinar com psicólogo e fisioterapeuta para melhorar os sintomas.
8 possíveis causas da fissura vaginal citadas pela ginecologista
- Doenças dermatológicas, como o líquen escleroso;
- Relações sexuais sem lubrificação;
- Atrito de preservativos com látex;
- Reações alérgicas aos produtos usados para higiene ou durante o sexo;
- Infecções fúngicas frequentemente associadas à candidíase;
- Uso de anticoncepcional, pois altera a concentração de estrogênio, provocando um maior ressecamento vaginal;
- A redução do hormônio estrogênio causa a perda da elasticidade vaginal e a alteração da flora vaginal, predispondo a mulher às infecções;
- Consumo excessivo de álcool, tabagismo, má alimentação e estresse que alteram os níveis de estradiol.
Algumas medidas, como evitar o uso de absorvente íntimo interno, papel higiênico com cor ou perfumado, além de roupas apertadas, podem prevenir o problema.
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5 sintomas da fissura vaginal para se atentar
Confira os principais sintomas associados à fissura vaginal apontados pela ginecologista:
- Dor na entrada vagina: a dor nessa região é muito comum em casos de fissuras vaginais e, segundo a ginecologista, pode ocorrer principalmente durante o coito.
- Ardência no ato sexual: a ardência na vagina durante o sexo é outro sintoma característico e muito comum da fissura vaginal. O desconforto pode ocorrer durante ou depois da relação sexual.
- Vermelhidão na região da vulva: a vermelhidão na região da vulva pode ocorrer em casos de fissuras e pode estar associada às infecções fúngicas, como a candidíase.
- Dor durante o sexo: as fissuras são umas das principais causas de dor durante o sexo, já que o atrito de preservativos com látex e a falta de lubrificação podem causar dor durante as relações sexuais. Além disso, ainda pode ocorrer sangramento durante ao coito.
- Ardência ao urinar: a fissura vaginal pode causar ardência e queimação durante a micção, devido às lesões na entrada da vulva ou na vagina.
É importante se atentar aos sintomas e buscar ajuda médica quanto antes para iniciar o tratamento.
Fissura vaginal após relação: por que ocorre e como tratar?
A fissura vaginal após a relação pode ocorrer por diversos motivos, os mais comuns são: falta de lubrificação; trauma físico por excesso de atrito ou infecções vaginais que enfraqueceram a mucosa vaginal.
Para tratar esse problema, é necessário procurar um médico, mas algumas medidas ajudam a evitá-lo: repouso sexual até a fissura melhorar; usar lubrificantes durante a relação sexual; evitar o uso de sabonetes perfumados ou produtos que irritem a região.
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Como tratar a fissura vaginal: tratamentos mais comuns
Embora muito incômodas, as fissuras vaginais podem ser tratadas e curadas, porém é fundamental que o médico avalie e verifique a causa para saber a melhor maneira de tratá-las. Normalmente, o tratamento pode ser feito com cremes vaginais e laser para estimular a cicatrização. Confira abaixo 3 tipos de pomadas normalmente usadas para tratar o problema:
- Pomadas: é comum que os médicos indiquem pomadas cicatrizantes ou corticoides para ajudar na cicatrização.
- Corticoide: podem ser usados cremes vaginais à base de corticoide para reduzir a inflamação.
- Antifúngicos: em casos de lesões causadas por fungos ou com infecções, o tratamento pode ser feito com cremes vaginais antifúngicos.
- Antibióticos: se as fissuras apresentarem infecção, o tratamento pode ser feito com pomadas que contêm antibióticos em sua composição, quando devidamente indicadas por profissionais da saúde.
A ginecologista também citou a importância de manter a higiene vaginal e usar sempre calcinhas de algodão para deixar a região “respirar”. Dessa forma, evita-se a proliferação de fungos.
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Como visto, é de suma importância cuidar da saúde íntima e, quando perceber qualquer alteração, consulte imediatamente um ginecologista. A prevenção é sempre o melhor remédio, então, realize periodicamente os exames ginecológicos. Aproveite e aprenda sobre a bartolinite, quais as causas e tratamentos dessa doença que acomete muitas mulheres.
Erika Balbino
Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.