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Para as mulheres amantes da culinária japonesa, uma das primeiras dúvidas que surgem no início da gestação é: grávida pode ou não pode comer sushi?
O dilema em torno deste assunto acontece pelo fato dos pratos da culinária japonesa levarem, em sua maioria, peixes crus – e esses serem bastante conhecidos pelo risco de contaminação.
Porém, basta parar para pensar que o peixe não é o único alimento sujeito à contaminação. Dessa forma, com alguns cuidados é possível, sim, comer sushi na gravidez, entre outras comidinhas japonesas. Confira o esclarecimento e as orientações das profissionais abaixo:
Comida japonesa na gravidez: pode ou não pode?
A ginecologista e obstetra Erica Mantelli (CRM-SP 124.315) responde que sim, grávidas podem comer sushi. A médica destaca, porém, que o ideal é tomar alguns cuidados para que a grávida não corra nenhum risco:
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- Escolher um estabelecimento adequado para o consumo da comida japonesa;
- Saber a origem do peixe;
- Ter atenção ao manuseio do peixe e aos cuidados de higiene no estabelecimento;
- Escolher um bom peixe para ser consumido;
- Limitar a quantidade de peixe consumida durante a semana.
“O ideal é que esse consumo de peixe seja realizado no máximo duas vezes por semana, para não aumentar o risco do aumento dos níveis de mercúrio. E, de preferência, o consumo deve ser de salmão, pois este é um peixe rico em proteínas e ômega-3, que ajudam no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê”, orienta Erica.
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Uma orientação importante, porém, é consumir o peixe após ele ser congelado. Erica esclarece que o consumo do peixe cru pode levar ao aumento de riscos de parasitoses, quando esse peixe for contaminado por algum tipo de parasita. “Por isso que é importante consumir esse peixe após ele ser congelado, porque o processo de congelamento elimina as chances de um risco de contaminação por algum parasita”, explica.
Erica alerta ainda que o mesmo cuidado vale para a ingestão de outros alimentos, como frutas e saladas, que também exigem cuidados em relação ao manuseio e preparo.
Dicas e alternativas para o consumo da comida japonesa na gravidez
Sim, grávidas que gostam de comer comida japonesa, inclusive peixe cru, podem fazer a ingestão durante a gestação. Mas é essencial que conversem com seu obstetra sobre isso e outras dúvidas e, também, que deem preferência para restaurantes ou locais dos quais já conheçam a procedência. “Ou seja, locais em que a grávida já comia antes da gravidez e em que nunca tenha tido nenhum problema. Além disso, a dica é optar por peixes com menor concentração de mercúrio”, diz Erica. Geralmente, destaca a ginecologista e obstetra, peixes de águas mais profundas ou peixes maiores tendem a ter mais mercúrio, como é o caso do atum.
Um cuidado importante também é com o shoyu! “É interessante evitá-lo, porque o shoyu é abundante em sódio e, se consumido em excesso, pode levar a problemas cardiovasculares e até ao aumento da pressão arterial”, explica Erica. Então, uma alternativa, sugere a ginecologista e obstetra, é fazer um molho diferente: em vez do shoyu, usar azeite e limão. “É uma alternativa bem mais saudável e saborosa também, e assim a grávida poderá fazer o consumo do seu sushi sem problemas”, acrescenta.
Na culinária japonesa, há também algumas opções de sushis sem peixe, por exemplo, contendo pepino, cenoura, abobrinha ou até frutas. Esses tornam-se também boas opções para intercalar com o consumo do sushi de salmão. É bom saber ainda que as algas, utilizadas para preparar sushis e o temaki, são inclusive muito saudáveis – ricas em proteínas, fibras, vitaminas A, C e do complexo B.
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Cuidados que vão além da alimentação
Erica Mantelli ressalta que a gestação faz parte dos primeiros 1.000 dias da vida de um bebê, ou seja: os primeiros dias vividos durante a gravidez são fundamentais para o desenvolvimento desta criança, da sua saúde, da sua imunidade, das suas alas de memória.
“Tudo aquilo que a mãe ingere, que a mãe sente, vai transferir para o bebê. Então nada mais importante do que essa gestante se preparar, estar com uma equipe médica de confiança – que tenha uma visão holística desta grávida, que se preocupe tanto com a saúde física, como com a saúde emocional dela” – explica a obstetra.
Por isso, além da alimentação na gravidez, é muito importante redobrar a atenção para o estado emocional, físico e psicológico da gestante e evitar situações de estresse ou preocupação. É interessante ainda que a gestante faça caminhadas, atividade física, sessões de relaxamento… Porque, com tudo isso, além dela ter uma melhora na sua saúde física, a melhora na saúde emocional também repercute em uma gravidez mais saudável. Dessa forma, é essencial procurar informações adequadas e seguir todas as orientações passadas pelo seu ginecologista/obstetra.
Além dos cuidados com a alimentação, vale lembrar, realizar o pré-natal adequadamente é muito importante para que a gestante esteja preparada emocionalmente para toda essa mudança em sua vida – que, quando é feita de maneira planejada, é muito mais saudável e tranquila.
Tais Romanelli
Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.