Foto: iStock
Se você está tentando perder peso, você provavelmente sabe que precisa ter uma alimentação equilibrada, rica em verduras, legumes e frutas e pobre em farinha branca, açúcar a gordura.
Além disso, todo mundo que já tentou perder alguns quilinhos sabe que os melhores resultados são obtidos quando associamos a dieta adequada a uma rotina de exercícios físicos, que aumenta o gasto calórico.
Porém, muitas vezes acabamos nos esquecendo de um fator que pode influenciar e muito no nosso peso: os medicamentos que consumimos.
Além de ajudar nosso corpo a combater infecções, dores, inflamações e doenças emocionais, entre outras patologias, essas substâncias apresentam efeitos colaterais, e o ganho de peso pode ser uma delas.
Medicamentos inimigos da balança
Muitas vezes, na intenção de combater um problema de saúde, acabamos gerando outro por causa dos efeitos secundários dos medicamentos. Porém, antes de procurar os medicamentos que você usa na lista abaixo, tenha em mente que nunca devemos interromper um tratamento sem conversar com o médico.
Relacionadas
1. Antidepressivos
Enquanto a maior parte dos inibidores seletivos da receptação da serotonina (ISRS) não exercem efeitos colaterais sobre o peso, o Paxil® (paroxetine) é conhecido por estimular o acúmulo de alguns quilos a mais.
O Prozac® (fluoxetina), por sua vez, tem um efeito se saciedade nas primeiras semanas de uso, mas algumas pesquisas mostram que, em uso prolongado por mais de 6 meses, os pacientes voltam a engordar.
Os antidepressivos tricíclicos, como o Tryptanol® (amitriptilina), são ainda mais associados ao ganho de peso do que a classe dos ISRS. Outra categoria a se considerar é a dos antidepressivos tetracíclicos, como o Remeron® (mirtazapina), que algumas vezes é prescrito como estimulante do apetite para pacientes idosos.
2. Corticosteroides
Os corticosteroides por via oral ou injetável, como o Predicorten® (prednisona) e o Predsin® (prednisolona), são famosos pelo efeito colateral de aumento de peso quando usados em altas doses ou por longos períodos. Em geral, esses medicamentos são prescritos para tratar processos inflamatórios e autoimunes.
3. Estabilizadores de humor
Utilizados para tratar o transtorno bipolar, a esquizofrenia e outros distúrbios, os estabilizadores de humor podem ter o aumento do peso como efeito colateral.
Dois medicamentos dessa classe que costumam ser relacionados ao ganho de alguns quilos são o Carbolitium® (lítio) e o Depakote® (ácido valproico/valproato). Alguns medicamentos dessa classe também podem ser prescritos como anticonvulsivantes.
4. Anti-histamínicos
Tomar alguns comprimidos de anti-histamínico durante dois ou três dias para combater uma alergia simples não vão fazer você ganhar peso, mas o tratamento prolongado com Zyrtec® (cetirizina), Allegra® (fexofenadina) e Claritin® (loratadina) podem se favorecer que você acumule alguns quilos a mais.
Isso acontece porque, ao bloquear a ação da histamina no seu cérebro, esses medicamentos atrapalham a regulação do consumo de alimentos, desregulando a fome e a saciedade.
5. Medicamentos para diabetes
O tratamento da diabetes tipo 2 com Diabinese® (clorpropamida), Starlix® (nateglinida) e Novonorm® (replaglinida) tem como objetivo regular os níveis de insulina no organismo, o que acaba afetando também o apetite. Assim, uma das consequências do uso desses medicamentos pode ser o ganho de peso. O próprio tratamento com insulina pode fazer com que o paciente engorde.
6. Anticoncepcionais
Embora a maior parte das pílulas anticoncepcionais possa causar um aumento de peso por promovera a retenção de líquido, o Depo-Prova® (acetato de medroxiprogesterona), que é um anticoncepcional injetável, pode levar ao ganho de peso real.
7. Betabloqueadores
Os betabloqueadores são os medicamentos de primeira escolha para o tratamento da hipertensão. A desvantagem é que alguns deles, principalmente os mais antigos, podem causar aumento de peso.
Entre eles, estão o Inderal® (propranolol), Lopressor® (metropolol) e Angipress® (Atenolol), que podem diminuir a queima de calorias e levar ao sobrepeso.
8. Tratamento da enxaqueca
Os medicamentos destinados ao tratamento da enxaqueca, como os já citados antidepressivos das categorias ISRS e tricíclicos, o Depakote (ácido valproico/valproato) e o Neurotin® (gabapentina) também podem levar ao ganho de peso.
9. Bloqueadores dos canais de cálcio
Utilizados no tratamento de doenças cardiovasculares como taquiarritmia, angina e hipertensão, os bloqueadores de canais de cálcio como Sibelium® (flunarizina) e Dilacoron® (verapamil) podem contribuir para a subida do ponteiro da balança.
10. Tratamento de combate ao câncer
Os pacientes que lutam contra o câncer costumam fazer uso de medicamentos como Miantrex® (metotrexato), Genuxal® (ciclofosfamida), Nolvadex® (tamoxifeno), Efurix® (5-fluoruracila) e os inibidores da aromatase (Aromasin® ou exemestano), que, entre outros efeitos colaterais, ainda favorecem o ganho de peso.
Os riscos de suspender um medicamento sem orientação vão desde o retorno dos sintomas até infecções ainda mais fortes e síndrome de abstinência. Por isso, se você acha que algum dos seus medicamentos está contribuindo para que você engorde, não deixe de conversar com o médico sobre isso. Existem outras opções de tratamento e ele poderá orientá-la nesse processo.
Raquel Praconi Pinzon
Formada em Letras na Universidade Federal do Paraná e MBA em Business Intelligence pela Universidade Positivo.