Bem-estar

Parto induzido: métodos utilizados, indicações, vantagens e desvantagens

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Atualizado em 24.06.22

Em casos em que o trabalho de parto não se inicia sozinho e/ou existem fatores que coloquem em risco a vida da mãe e/ou do bebê, os médicos podem recorrer ao parto induzido. Resumidamente, Karina Tafner (CRM-SP 118066), ginecologista e obstetra, especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa e especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO, define o parto induzido como o trabalho de parto que tem seu início realizado de forma artificial (não natural).

Quando bem indicada e realizada com sucesso, a indução ajuda a mulher a ter seu bebê sem precisar de uma cesárea. Saiba em quais casos é indicada, quais são suas vantagens e desvantagens e conheça os principais métodos utilizados.

O que é o parto induzido

Alberto Guimarães (CRM-SP 66026), ginecologista, obstetra e precursor do Parto sem Medo, explica que parto induzido é aquele em que há necessidade da utilização de recursos externos para desencadear o trabalho de parto.

É essencial que a indução seja sempre orientada e acompanhada pelo médico. “Todo método de indução precisa ser usado com critério, contando com uma boa vigilância no que diz respeito à segurança e ao bem-estar materno e fetal”, acrescenta.

Quando o parto induzido é recomendado e quando não é

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Mas, afinal, em quais casos o parto induzido é indicado? Em quais casos pode ser perigoso?

Quando é recomendado

  • Pós-datismo: Guimarães explica que o parto induzido pode ser indicado quando se passa da 40ª ou 41ª semana de gestação.
  • Indicação de resolução (antecipar nascimento): o parto induzido pode ser considerado quando for necessário antecipar o nascimento, por exemplo, se a mãe tem diabetes ou pré-eclâmpsia, se há sinais de que o bebê tem uma restrição de crescimento, de uma redução de líquido. “Enfim, tem situações que é indicado a resolução da gestação. Então, em vez de simplesmente imaginar uma cesariana, na maioria das vezes, pode-se lançar mão da indução do trabalho de parto, com a oportunidade de evoluir para um parto normal”, diz Guimarães.

Quando não é recomendado

  • Quando há sofrimento fetal;
  • Quando o feto não apresenta batimentos cardíacos;
  • Quando a gravidez é de gêmeos ou mais bebês;
  • Se há herpes genital ativa na mãe;
  • Quando o bebê não está de cabeça para baixo;
  • Se a mãe passou por mais de duas cesarianas em gestações anteriores (devido a cicatrizes no útero);
  • Se há prolapso do cordão umbilical (pois há chance de o bebê comprimir o cordão durante o parto);
  • Em caso de placenta prévia (quando ela está muito baixa no colo do útero);
  • Se o bebê é muito grande (tendo mais de 4 kg);
  • Se há risco de infecção dentro do útero.

Esses são os principais exemplos, porém, é sempre o médico responsável quem deverá tomar a decisão de optar ou não pela indução do parto, levando em conta fatores que avaliam o risco e o benefício desse procedimento.

Karina lembra que a indução do parto visa realizar um parto normal. “Quando a indução é tentada mas não tem sucesso, a indicação é a de que o parto seja realizado e, nesse caso, o parto cesárea”, diz.

As vantagens e desvantagens do parto induzido

A indução do parto pode ser benéfica em várias circunstâncias clínicas. Confira as principais vantagens e desvantagens:

Vantagens

Karina explica que o parto induzido evita a cesárea, se assim for o desejo da mulher, quando a gestação tiver indicação de resolução mas a gestante não estiver em trabalho de parto.

Desvantagens

“De acordo com a OMS, este procedimento eleva a probabilidade de anestesia epidural durante o trabalho de parto, internação do recém-nascido em UTI neonatal, remoção do útero, parto cesárea e, consequentemente, um período maior de recuperação”, comenta Karina.

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Para Guimarães, a desvantagem do parto induzido está exatamente no aumento da taxa de cesariana.

Métodos de induzir o parto

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Os métodos utilizados na indução do parto podem ser divididos em estímulos naturais, estímulos mecânicos e estímulos farmacológicos. Saiba como agem:

Métodos no hospital

  • Métodos mecânicos: quando são utilizadas técnicas mecânicas como, por exemplo, a ruptura das membranas (através de exame de toque, a fim de liberar a prostaglandina, hormônio que favorece a dilatação do útero) ou sonda (colocada atrás do colo do útero para liberar a prostaglandina). “Para definir a melhor opção, levamos em conta as características do colo e a condição clínica da paciente”, comenta Guimarães.
  • Medicamentos: o ginecologista e obstetra explica que existem alguns medicamentos (prostaglandinas) que ajudam na preparação do colo e podem desencadear o trabalho de parto. Eles geralmente são colocados no canal vaginal.
  • Ocitocina: Guimarães comenta que este é provavelmente o método mais utilizado para desencadear o trabalho de parto. A substância é aplicada com soro na veia da gestante a fim de produzir as contrações. Trata-se de um método que tem boa indicação se o colo estiver favorável.

Métodos naturais

  • Acupuntura: Guimarães comenta que a acupuntura pode contribuir em alguns casos, principalmente na questão do estresse, do medo, e ajudando na liberação de alguns hormônios.
  • Exercícios físicos: além de promover relaxamento devido à liberação de endorfinas, a movimentação pode fazer com que a cabeça do bebê pressione o colo uterino, auxiliando no encaixe e no desencadear do trabalho de parto.
  • Relações sexuais: Karina explica que o sexo pode ajudar devido ao estímulo uterino provocado pelos orgasmos, liberação de ocitocina e pela prostaglandina do sêmen.
  • Massagem mamilar: Guimarães comenta que todas as medidas que estimulam a produção de ocitocina podem ajudar, como é o caso da estimulação dos mamilos.
  • Banho quente: há situações em que o banho quente ajuda aliviando a contração muscular que pode ocorrer devido ao medo e/ou à dor.

A verdade é que não existe método ideal de indução do trabalho de parto. Para cada caso, haverá o método mais ou menos indicado. De toda forma, destaca Guimarães, qualquer método deve ser usado com critério. “É necessária uma boa vigilância no bem-estar materno e fetal (por exemplo, quando se tem o aumento das contrações e/ou elas se tornam mais intensas, é preciso se atentar a algumas medidas de proteção para o bebê)”, diz. E vale reforçar que inclusive os métodos naturais devem ser sempre orientados pelo médico.

Guimarães ressalta que, paralelamente a qualquer método para indução de parto, é muito importante o preparo dessa mulher na vigência ou na necessidade de uma indução. “É essencial explicar o que está sendo feito, deixando claro que são medidas para desencadear o trabalho de parto, deixando-a o mais tranquila possível”, finaliza o ginecologista e obstetra. Aproveite e conheça os diferentes tipos de parto.

Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.