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Se você é uma pessoa que adora inovar nas práticas sexuais, principalmente porque traz benefícios e intensifica a conexão com o seu parceiro, saiba que o pegging pode ser uma boa escolha. Veja o que a sexóloga Gabriela Vitor fala sobre o assunto e confira dicas para iniciar a prática.
O que é pegging?
Segundo a sexóloga, “pegging” é popularmente conhecido como inversão de papéis e se trata de uma prática de sexo entre casais heterossexuais, em que a mulher utiliza um cinto com consolo, conhecido como cintaralho, para a penetração oral e anal em seu parceiro”. Traduzindo a palavra, “to peg” significa “prender” ou “ligar”, que é diretamente relacionado com o cinto utilizado.
Essa prática possui benefícios que vão além do prazer físico. Segundo Gabriela, “por meio dessa técnica, o homem e sua companheira aprendem a explorar o prazer masculino além do falo” e complementa dizendo que “o casal se sente mais conectado, pois a prática rompe barreiras sociais, que impedem os homens heterossexuais a entrarem em contato com a sua sexualidade”.
Sendo assim, o pegging é uma forma de estimular o casal a entender o sexo de outra forma. A seguir, entenda como as barreiras sociais estão diretamente ligadas às práticas sexuais.
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Pegging: preconceitos e tabus
Ao falar sobre o assunto, muitas pessoas tratam o prazer anal masculino como algo proibido. Por isso, a sexóloga explica que “quando se trata de pessoas cisgênero – que identificam com os papéis de gênero atribuídos no nascimento –, a construção da feminilidade e masculinidade são ainda mais patriarcais e falocêntricas”.
Gabriela ainda complementa, dizendo que “o falocentrismo defende que o falo (pênis) é o centro do prazer” e “simbolicamente, ter o falo é estar em uma posição de poder, ideia que vai de encontro com o patriarcado”. Por isso, muitos homens e mulheres tratam o tema de forma repulsiva.
Porém, vale ressaltar que “o ânus é uma zona erógena que, quando bem estimulada, gera muito prazer” e que deixar a mulher tomar o controle da penetração pode gerar ainda mais confiança e conexão para o casal. Além disso, praticar pegging também é uma ótima forma de repensar a masculinidade.
Por isso, a sexóloga diz que “o pegging vem trazendo uma desconstrução necessária desses papéis, mostrando que os homens cisgêneros heterossexuais possuem outras zonas erógenas, além do pênis, tirando o foco do falocentrismo” e conclui dizendo que a prática “possibilita um autoconhecimento maior sobre sexo e sexualidade.
Se você gostou da ideia e deseja começar a praticar o pegging com o seu parceiro, continue a leitura para conferir algumas dicas que podem te auxiliar nessa jornada.
7 dicas para praticar o pegging com segurança e muito prazer
Abaixo, confira as dicas que a sexóloga Gabriela Vitor deu para praticar pegging de forma segura e prazerosa:
1. Autoconhecimento
Para a sexóloga, antes de tudo, é preciso ter “conhecimento sobre o seu corpo e entender as possibilidades prazerosas”, pois isso auxilia a entender seus limites e respeitar as vontades do seu parceiro.
2. Tenha mente-aberta
Para que tudo ocorra bem, é importante que ambos os lados estejam dispostos a abrir a mente para novas possibilidades. Para ela, “o pegging é uma nova forma de prazer e não tem a ver com a orientação sexual” e complementa pontuando que “o prazer é para todo mundo”. Portanto, se liberte dos tabus que você tinha sobre a prática e encare como um momento de prazer.
3. Comunicação
Sexo é consentimento, por isso “após ler bastante sobre o assunto, fale com sua parceira, ou parceiras, a respeito dessa possibilidade. Todos os envolvidos precisam estar na mesma sintonia sexual”. Não vai chegar com surpresas, hein!
4. Higiene
A sexóloga explica que antes do ato, é importante “tomar um banho morno, lavando o ânus (com lavagem externa e, se preferir, utilizar uma enema para fazer a ducha higiênica)”. Ela ainda complementa sobre a importância de “utilizar lubrificantes a base de água, evitando composições com óleo”.
5. Preliminares
”Nada de introduzir o consolo de uma vez, sem lubrificar”, disse a sexóloga. Antes da penetração, é muito importante caprichar nas preliminares. Gabriela recomenda “fazer muito sexo oral, se provocar, beijar bastante”, somente depois você pode “colocar o lubrificante no dedo e introduzir devagar no ânus”. A dica é ir introduzindo os dedos aos poucos e só depois partir para a próxima etapa.
6. Use um plug anal
Para deixar a experiência ainda mais segura e prazerosa, Gabriela recomenda um plug anal. Ela explica que para usar, basta “ficar em uma posição confortável e utilizar camisinha no consolo que será introduzido no ânus”.
7. Não tenha medo, permita-se
Para Gabriela, “sexo é desejo, por isso não tenha medo de explorar suas vontades, sempre respeitando quem você ama”, por isso entregue-se às possibilidades. Aqui, os elementos principais são comunicação e doação para o momento. Para isso, vá com calma, se atente aos toques que o seu parceiro gosta e curta cada momento.
Gabriela ainda alerta que, “caso seu parceiro sinta muita dor e desconforto com a penetração, procure um proctologista para analisar a saúde do seu reto”. No entanto, se a causa da dor não for física, busque por “uma psicóloga clínica especialista em terapia sexual”.
Se você gostou da matéria, saiba os 12 maiores mitos sobre o sexo e continue se permitindo em benefício do prazer e da conexão.
Maria Eduarda Koshiba
Licenciada em Letras - Português/Inglês (UEM) e estudante de Ilustração (EBAC). Viciada em jogos, tecnologia e aquarela. Escrevendo e ilustrando por aí :)