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O sangramento de escape é caracterizado por uma perda pequena de sangue que ocorre fora do período menstrual (por exemplo, durante a ovulação). Costuma ser notado por sujar levemente a calcinha, mas geralmente não chega a exigir o uso de absorvente. Na maior parte dos casos não é sinal de algo grave e o sangramento costuma cessar espontânea e rapidamente. Mas, há situações que precisam ser investigadas.
Algumas mulheres podem confundir o sangramento de escape com a menstruação, mas são condições bem diferentes. Saiba mais sobre o sangramento de escape, suas características e prováveis causas, atentando-se para quadros em que é recomendável buscar ajuda médica.
O que é sangramento de escape
Flávia Tarabini (CRM-RJ 855367), ginecologista da clínica Dr. André Braz (RJ), explica que sangramento de escape, também conhecido como spotting, é o sangramento que ocorre fora do período menstrual em mulheres com ciclos regulares.
“Trata-se de um sangramento de pequeno volume e curta duração, com a coloração variando do vermelho rutilante ao marrom, embora seja mais comumente um sangramento escurecido”, acrescenta a ginecologista.
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A principal diferença em relação à menstruação, é que o sangramento de escape tem uma coloração menos viva, fluxo bem mais leve e dura menos que o período menstrual.
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Causas do sangramento de escape
Confira as principais causas para o sangramento de escape/fora do período menstrual:
- Anticoncepcional de uso contínuo: esta é uma causa bastante comum para o sangramento de escape. Flávia explica que isso ocorre porque a camada do endométrio fica muito fina expondo os vasos sanguíneos da base do útero, podendo levar a sangramento.
- Administração inadequada da pílula anticoncepcional: pode haver sangramento devido à baixa hormonal na corrente sanguínea quando a mulher deixa de tomar corretamente o comprimidos, dando um intervalo, por exemplo, de um ou dois dias.
- Estresse: nesta situação, pode existir desregulação hormonal, ocasionando o sangramento.
- Mudança de método contraceptivo: este é um caso normal, pois o corpo pode demorar alguns dias até se acostumar ao novo método. Pode ocorrer até mesmo quando a mulher troca, por exemplo, de um tipo de pílula para outro.
- Infecções: há quadros de infecção que podem trazer como sintoma o sangramento fora do período menstrual. O mesmo pode ocorrer no caso de doenças sexualmente transmissíveis.
- Pólipo uterino: tumor normalmente benigno que se instala na parede interna do útero, geralmente na menopausa ou pós-menopausa.
- Realização de exame ginecológico: alguns exames ginecológicos são invasivos, como o próprio Papanicolau, podendo gerar pequeno sangramento após a realização, sendo algo “normal”, que não deve se estender e/ou causar preocupações.
- Alterações da função tiroidiana: que podem causar desregulação na produção de hormônios e, entre outros problemas, o sangramento fora do período menstrual.
- Gestação: o sangramento pode ser um sinal da gravidez, mais especificamente da nidação (momento em que o óvulo fecundado pelo espermatozoide se aloja no útero). Mas isso não significa que o sangramento ocorrerá com todas as gestantes, esta não é uma regra.
Mas, a partir de que momento ele deve ser considerado anormal? “Se o sangramento tiver volume aumentado, longa duração e/ou dor associada, merece atenção”, responde a ginecologista Flávia.
Sangramento de escape e gravidez
Uma dúvida comum é sobre a possibilidade de engravidar durante o sangramento de escape. Vale lembrar que o sangramento de escape não é a mesma coisa que menstruação. Por isso, sim, pode-se engravidar caso a mulher não use método contraceptivo.
Porém, muitas vezes o sangramento de escape está relacionado ao uso de pílula anticoncepcional. Nesses casos, destaca Flávia, não há diminuição da efetividade do método contraceptivo por causa deste tipo de sangramento.
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O sangramento de escape pode acontecer também no início da gravidez. “A nidação ocorre de 6 a 10 dias após a fecundação, fase em que a mulher pode apresentar algum sangramento, porque o embrião está se fixando no tecido endometrial (que reveste a parede interna do útero), ocasionando o rompimento de alguns vasos sanguíneos. A duração do sangramento pode ser de um a três dias, com sangue de coloração mais escura”, explica Flávia.
Buscando ajuda médica
O sangramento de escape pode durar somente algumas horas ou persistir até dois ou três dias, em alguns casos. Geralmente não é sinal de algo grave, mas, há situações em que o médico ginecologista deve ser procurado.
“Deve-se buscar ajuda médica quando surge sangramento de escape excessivo e/ou com duração maior do que três dias; quando o sangramento de escape repete-se por mais de três ciclos; quando ocorre sangramento após a relação sexual ou ele vem acompanhado de dor”, destaca Flávia.
O sangramento vaginal durante a menopausa também deve ser investigado. E caso a mulher já saiba que está grávida e observe um sangramento com duração de mais de três dias, ela não deve hesitar em buscar um médico com urgência.
Fora isso, em caso de dúvidas, é sempre válido se consultar com seu médico ginecologista, lembrando-se, inclusive, de fazer exames de rotina pelo menos uma vez ao ano.
Agora você já sabe que os sangramentos de escape, em boa parte dos casos, são normais e não oferecem grandes riscos. Mas, casos sejam persistentes e/ou venham acompanhados de outros sintomas, procure por um ginecologista. Aproveite e conheça possíveis causas para a menstruação marrom.
Tais Romanelli
Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.