Bem-estar

Adesivo anticoncepcional: uma opção descomplicada e alternativa à pílula

Dicas de Mulher

Atualizado em 08.09.23

A escolha de um método contraceptivo é desafiadora. Os mais conhecidos são a pílula anticoncepcional e a camisinha – essa, inclusive, também previne as infecções sexualmente transmissíveis. Entretanto, você já ouviu falar do adesivo anticoncepcional? A ginecologista Mariana Seabra, da Rede Mater Dei de Saúde e Professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da UFMG, explicou o assunto!

O que é o adesivo anticoncepcional?

Segundo a ginecologista, o adesivo é “um contraceptivo hormonal combinado – que contém estrogênio e progesterona – aplicado sobre a pele e trocado semanalmente”. Presentes na fórmula, os hormônios norelgestromina e etinilestradiol impedem a ovulação, como acontece em outros métodos contraceptivos com hormônios combinados, ou seja, bloqueia o funcionamento dos ovários.

Contraindicações do método contraceptivo

O adesivo anticoncepcional não é recomendado para adolescentes e mulheres na menopausa, que estejam acima de 90 kg ou que tenham insuficiência hepática. No mais, ele pode causar efeitos colaterais, como acontece com outros contraceptivos.

Embora seja um método prático, é preciso analisar se o adesivo é a melhor opção para você. Ele precisa ser trocado semanalmente, caso contrário, a mulher não estará mais protegida. Nos próximos tópicos, conheça as especificidades desse anticoncepcional.

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Como funciona o adesivo anticoncepcional?

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Mariana recomenda “colar o adesivo na pele íntegra, limpa, seca, em área sem pelos, como nádegas, abdome inferior, face externa do braço ou nas costas. São locais em que não haverá fricção por roupas justas. Para evitar irritação na pele, faça um rodízio entre as partes do corpo citadas a cada novo adesivo”.

A médica explica que os hormônios serão absorvidos pela pele e atingirão a corrente sanguínea, consequentemente, suprimirão a ação das gonadotrofinas. “Esse é o mecanismo primário para inibir a ovulação por meio da ação do estrogênio e da progesterona liberados pelo adesivo. Também ocorrem alterações no muco cervical, na motilidade das tubas uterinas e no endométrio”.

O que fazer se o adesivo descolar?

O adesivo pode descolar, por isso é indispensável cuidar da região em que ele foi fixado. Mariana comenta que se o descolamento, total ou parcial, ocorrer em um curto período (menos de um dia), você pode tentar reaplicá-lo. “Se preferir, cole um novo adesivo imediatamente, sem a necessidade de outro método anticoncepcional adicional”.

Mariana ressalta que você não deve usar fitas colantes para tentar manter o adesivo grudado à pele. “Se não conseguir reaplicar, troque-o imediatamente”. Caso não tenha percebido o adesivo descolar, parcial ou totalmente, a eficácia do método ficará comprometida. “Assim, um novo adesivo deve ser aplicado e associado a outro contraceptivo, pelo menos, por uma semana”.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais são os mesmos observados em outros métodos contraceptivos com combinação hormonal. “Os mais comuns são: dor ou desconforto nas mamas, dor de cabeça, distúrbios no local da aplicação e náuseas. Também é possível observar aumento da pressão arterial, piora do perfil lipídico, surgimento de lesões na pele, chamados de cloasma, e retenção hídrica”.

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Vantagens e desvantagens do adesivo anticoncepcional

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Para Mariana, a principal vantagem do adesivo anticoncepcional é que a liberação da dose não é afetada em caso de vômito ou diarreia. Além disso, “os métodos hormonais combinados regularizam o ciclo menstrual, reduzem a perda sanguínea e a dismenorreia, que são as cólicas menstruais”.

Já a grande desvantagem envolve a troca dos adesivos. “Como há a necessidade da troca semanal, pode acontecer o esquecimento”. Além disso, lembre-se que ele pode descolar. Assim, o método exige muita atenção de quem usa.

Principais dúvidas sobre este método contraceptivo

O adesivo é uma opção conveniente para mulheres que preferem um método contraceptivo fácil de usar. No entanto, como ele não é tão famoso quanto outros contraceptivos, muitas dúvidas podem surgir. Abaixo, a ginecologista responde às perguntas mais frequentes sobre o assunto. Acompanhe!

Dicas de Mulher – O método é confiável?

Mariana Seabra – Sim, o adesivo tem alta eficácia e é muito seguro se utilizado corretamente e se a troca for realizada semanalmente. Entretanto, em mulheres com peso acima de 90 kg, a eficácia é menor, portanto não é a melhor opção para essas pacientes.

Posso molhar o adesivo anticoncepcional?

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Pode, não há problemas! Entretanto, diariamente, observe se o adesivo está bem aderido à pele. Caso solte e não cole mais, faça a troca imediatamente.

Por quanto tempo posso usar o método?

O adesivo é trocado a cada 7 dias. Habitualmente, recomenda-se a utilização por três semanas seguidas, ou seja, 21 dias. Depois desse período, é realizada uma pausa e acontece o sangramento pela privação dos hormônios. Caso a paciente queira, pode usar adesivos por mais de 21 dias. Assim, não acontecerá o sangramento.

O que fazer se esquecer de trocar o adesivo?

Há diferenças nas orientações conforme a semana que você esquecer de realizar a troca do adesivo. Se for no último adesivo (3ª semana), retire assim que lembrar e inicie um novo adesivo no dia habitual. Nesse caso, não é necessário usar outro método anticoncepcional adicional. Se você esqueceu de trocar ou colocar o 1º adesivo, inicie o ciclo associado a outro contraceptivo por pelo menos 7 dias. Se o esquecimento da troca aconteceu entre a 2ª e a 3ª semana, por mais de dois dias, assim como no caso anterior, recomece o ciclo associado a outro método contraceptivo.

Posso usar outro método anticoncepcional junto?

Não é necessário utilizar outro método hormonal com o adesivo. Entretanto, os métodos de barreira, preservativo feminino e masculino, devem ser utilizados, pois o adesivo não confere proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.

Discreto e um ótimo aliado para reduzir as cólicas menstruais, o adesivo é tão efetivo quanto outros métodos contraceptivos hormonais. Será que ele cabe na sua rotina? Leia a matéria sobre como escolher o melhor anticoncepcional. Também é importante conversar com seu médico sobre o assunto.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Escritora com 8 livros publicados e apresentadora de um programa de rádio sobre literatura nacional, o Capivaras Leitoras. Ama ler, viajar e passar um tempo com a Buffy, sua cachorrinha vira-lata.